Segundo a pesquisa ambiental publicada em fevereiro deste ano, na Science Direct, microplásticos (MPs) representam um problema de saúde pública atual, 90% das amostras de proteínas animais e vegetais testadas deram positivo para microplásticos, pequenos fragmentos de polímero que podem variar de menos de 5 milímetros a 1 micrômetro.
O nível médio mais elevado de microplásticos nas amostras de frutas e vegetais foi de 223.000 (52.600–307.750) e 97.800 (72.175–130.500), respetivamente. Em particular, as maçãs eram as amostras de frutas mais contaminadas, enquanto a cenoura era o vegetal mais contaminado. Por outro lado, o menor nível médio de microplásticos foi observado em amostras de alface 52.050 (26.375–75.425).
Os microplásticos podem atrair e concentrar produtos químicos tóxicos presentes no ambiente, como pesticidas e poluentes industriais. Quando consumidos, esses produtos químicos podem ser absorvidos pelo corpo humano, aumentando o risco de doenças e vários problemas de saúde, quando ingeridos através de alimentos contaminados, podem entrar no sistema digestivo, causar irritação gastrointestinal e interferir na absorção de nutrientes.
Estudos sugerem que a exposição a microplásticos pode ter efeitos sistêmicos no corpo, incluindo inflamação, estresse oxidativo, danos ao DNA e distúrbios metabólicos. Esses efeitos podem aumentar o risco de doenças crônicas, como câncer, diabetes e doenças cardiovasculares.
Alguns tipos de plásticos contêm substâncias químicas conhecidas como disruptores endócrinos, que podem interferir no funcionamento do sistema endócrino humano. Isso pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo distúrbios hormonais, infertilidade e problemas de desenvolvimento.
Assim, com base nos resultados obtidos é urgente a realização de estudos toxicológicos e epidemiológicos para investigar os possíveis efeitos dos microplásticos na saúde humana. É importante salientar que a pesquisa sobre os efeitos dos microplásticos na saúde humana ainda está em andamento, e mais estudos são necessários para entender completamente os riscos associados à exposição a essas partículas. No entanto, é prudente tomar medidas para reduzir a exposição aos microplásticos sempre que possível, tanto para proteger a saúde pessoal quanto para preservar o meio ambiente.
Como evitar comer alimentos com microplásticos?
Evitar completamente consumir alimentos com microplásticos pode ser difícil, já que essas partículas estão cada vez mais presentes no meio ambiente e podem acabar nos alimentos que consumimos. No entanto, você pode tomar algumas medidas para reduzir sua exposição a eles:
Escolha alimentos frescos e minimamente processados, como frutas, legumes, grãos integrais e carnes frescas, prefira alimentos orgânicos, pois geralmente são cultivados sem o uso de plásticos em sua produção.
Opte por alimentos que não estejam embalados em plásticos sempre que possível. Escolha produtos embalados em vidro, papel ou materiais biodegradáveis e evite usar utensílios de cozinha de plástico.
Evite aquecer alimentos no micro-ondas, quando o plástico é aquecido no micro-ondas, especialmente plásticos de baixa qualidade ou não adequados para uso em micro-ondas, há o risco de que substâncias químicas presentes no plástico possam migrar para os alimentos, isso pode incluir substâncias como bisfenol A (BPA) e ftalatos, que são conhecidos por serem disruptores endócrinos e podem causar uma série de problemas de saúde quando ingeridos.
Use um filtro de água em casa para remover microplásticos e contaminantes da sua água potável, verifique os rótulos dos produtos de higiene pessoal, como esfoliantes e pastas de dente, e evite aqueles que contenham microesferas de plásticos.
Contribua para a redução da quantidade de plásticos no meio ambiente, evitando produtos descartáveis de plástico sempre que possível e optando por alternativas reutilizáveis. Embora seja difícil evitar completamente os microplásticos, tomar essas medidas pode ajudar a reduzir sua exposição a eles e contribuir para um estilo de vida mais saudável e sustentável.